Tese
(Des)habitar a espera: Os percursos estudantis saharauís em Badajoz e Argel.

Descrição
A actual crise de refugiados tem relegado para segundo plano o facto da sua maioria se encontrar encerrada em campos (Agier 2014), em situações crónicas de refúgio (UNHRC 2016; Loescher e Milner 2005), permanecendo, em média, vinte anos em exílio (Milner 2016). Trata-se de contextos caracterizados pela falta de perspectivas, repetitividade e sonho de reconstituição. A análise do contexto saharauí é da máxima pertinência. Caracterizado por décadas de ausência da considerada pátria, os jovens saharauís são particularmente afectados pela suspensão existencial, determinada por uma “fidelidade obrigatória” a um projecto político de regresso.
Este projecto centra-se num caso “consolidado” de exílio, especialmente na ambiguidade vivida pelos jovens, entre a lealdade ao projecto de regresso dos pais e as perspectivas de desenvolvimento pessoal e construção do futuro. Foca-se a complexa relação entre mobilidade/imobilidade; espera/evolução; passado/futuro na experiência de vida destes refugiados. Procuro analisar concretamente os impactes das migrações educacionais e de que forma se constituem como um período de excepção.

Palavras-chave: Sahara Ocidental; migrações estudantis; espera; refugiados; moralidade.

Especialidade: Antropologia da Etnicidade e do Político

Orientador: Francesco Vacchiano (Universidade Ca’ Foscari, Veneza)
Coorientador: Juan Carlos Gimeno (Universidade Autónoma de Madrid)

Registo DGES: 2017

Financiamento: ULisboa, BAD 2016; FCT, bolsa SFRH/BD/128517/2017.

Página web Academia
https://ics.academia.edu/RitaReis
Página web ResearchGate:
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Email: ritamreis@campus.ul.pt